A Corregedoria Nacional de Justiça vai apurar a conduta do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, que atuou no julgamento do caso da influenciadora Mariana Ferrer – ela acusa o empresário André de Camargo Aranha de estupro. Em julgamento, ele foi absolvido.
Na Reclamação Disciplinar, a Corregedoria requisitou informações sobre a existência de eventual apuração sobre o fato junto à Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), onde Marcos trabalha.
Inicialmente, havia sido informado que o promotor do caso Thiago Carriço de Oliveira classificou o crime como “estupro culposo”. Segundo Oliveira, não havia como o empresário André de Camargo Aranha saber que a jovem não estava em condição de consentir o ato sexual e, por isso, não existiu a “intenção” de estuprar.
O termo “estupro culposo”, no entanto, não consta na ação e, segundo o “The Intercept Brasil”, que revelou a absolvição de Aranha, foi usado na reportagem “para resumir o caso e explicar para público leigo”.
Na tarde desta terça-feira, 3, o integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Henrique Ávila, acionou a corregedoria nacional de Justiça para que a reclamação contra o juiz fosse aberta. De acordo com ele, “as chocantes imagens do vídeo mostram o que equivale a uma sessão de tortura psicológica no curso de uma solenidade processual”.
Na gravação, o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, humilha a vítima. Além de classificar fotos de Mariana como “ginecológicas”, chama o seu choro de “dissimulado e falso” e sua exasperação como “lágrima de crocodilo”.
Gastão também afirma que “não deseja ter uma filha ou que seu filho se relacione com “alguém do ‘nível’ da vítima”, e que “o ‘ganha-pão’ dela” é a “desgraça dos outros”.
FONTE: Jovem Pan. Disponível em: <https://jovempan.com.br/noticias/brasil/cnj-abre-processo-sobre-conduta-de-juiz-em-caso-mariana-ferrer.html>